domingo, 4 de janeiro de 2009

Gongo de Cinema


Esta é a cabine de projeção do Cinema Particular do cinéfilo e colecionador Atílio Santarelli. Nela se pode ver, além dos dois projetores, uma enroladeira e o GONGO, de marca Philips, de quatro teclas (tons), equipamento raro, pois a maioria dos gongos geralmente são de três teclas. Os GONGOS eram acessórios muito comuns usados nos principais cinemas de rua na década de 60. Era um componente importante no ritual de início das sessões, acompanhado de um jogo de luz no pequeno palco junto à tela e, para cada tom, uma cor de luz diferente predominava. Mais fotos estão disponíveis no fotoblog do Atílio Santarelli, cujo endereço é o seguinte: www.atiliosantarelli.fotoblog.uol.com.br

Armando Maynard

6 comentários:

Daniel Savio disse...

Só para constar, qual seria a função do "gongo"? Era de ser realmente ser um gongo?

Espero que a vira de ano tenha sido tranquila, para ti e Lygia.

Fiquem com Deus, vocês dois.
Um abraço.

André Setaro disse...

Nos anos 70, quando tinha uma coluna diária sobre cinema no jornal 'Tribuna da Bahia', e ia todo santo dia às salas exibidoras acompanhar TODOS os lançamentos, gostava das sessões das 22 horas. Para, veja só, fiscalizar os operadores, que, neste último horário, costumavam cortar os filmes na passagem de um projetor a outro. A rigor, praticavam tal atentado para que pudessem pegar o último ônibus, que saía, naquela época, meia-noite. Perdido o transporte, não havia solução senão a da volta à casa a pé. Mas, cinéfilo exigente que era - hoje sou mais relaxado, quando havia qualquer corte colocava dois dias depois na coluna, com o dia e a hora do 'massacre'. Os operadores passaram a me odiar e fiquei, por algum tempo, como o inimigo público número 1 dos projecionistas baianos. A ponto de ficar difícil pegar em flagrante qualquer corte, porque fiscalizavam se estava presente, e, quando estava, não cortavam. A Art Filmes, motivada pelos meus artigos, resolveu realizar um curso de 'comportamento' para operadores e me convidou. Depois houve um almoço com eles no Solar do Unhão. Para ministrar o curso, veio um técnico da Kodak, especialista com curso nos Estados Unidos, sobre projeção cinematográfica. Lembro que perguntei a ele qual a melhor projeção de cinema. Ele me disse que a de 70mm, som magnético, com aquelas caixas de som espalhadas pelo cinema. E citou o cine Tupy como, talvez, a melhor projeção que ele tinha presenciado.

Uma vez, no cine Nazaré, última sessão, fui rever 'Julieta dos espíritos', de Federico Fellini, que tinha 8 latas. A sétima era, toda ela, com Sandra Milo, balançando sua beleza estonteante num gangorra, a conversar com Giulietta Massina. O projecionista achou que aquele rolo nada acrescentava à 'história' e passou do sexto para o oitavo. Dei nota furiosa em minha coluna e o pobre do operador foi posto no olho da rua. Ainda que, arrependido, tivesse pedido a Adálio Valverde, o exibidor, que reconsiderasse a demissão. Coisas de fetiches cinéfilos.

Alexandre Kovacs disse...

Armando, obrigado pelo comentário gentil lá no meu mundo. Achei muito original o seu blog e pretendo passar a visitá-lo regularmente. Sempre bom conhecer novos amigos!

Marco disse...

Rapaz! Vir aqui é verdadeiramente desfrutar de antigas ternuras cinematográficas!
Eu juro pra você que eu achava que o soar das três gongadas antes de começar o filme fosse uma gravação em disco! Não imaginava que houvesse uma máquina para isso! Que barato!
Valeu, armando! mais um golaço que você marcou. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

Marcelo Janot disse...

Caro Armando, estamos virandoi espécimes em extinção.

Parabéns pelo blog

abraços
Janot

Gabriela Angeli disse...

Olá, Armando, boa tarde!

Eu só fico imaginando se houvesse gongos nos cinemas atuais, seria muito mais divertido!

Beijos,
Gabi.