Visão do especialista: o que esperar das tecnologias de
cinema...
Por Equipe Tecmundo
Não foram só as poltronas que ficaram mais confortáveis e os
ingressos eletrônicos. Por trás das telas o cinema, com seus mais de 117 anos,
evoluiu muito. Da química ao elétrico, o tradicional processo fotoquímico
aplicado às películas de 35 mm por quase um século, foi substituído por um
moderno processo fotoelétrico, em que a luz é transformada em eletricidade e
codificada em fileiras de zero e um. Chegaram os efeitos especiais, que custam
milhões aos estúdios, marcando o início da era digital nos cinemas, com filmes
exibidos em altíssima resolução, em 2D ou 3D.
No Brasil, temos um parque exibidor com cerca de 3,1 mil
salas, das quais 2,7 mil já estão digitalizadas. Desde o início dessa década,
os cinemas brasileiros se mobilizaram para trocar as antigas películas –
aqueles rolos enormes de filme – por arquivos digitais.
1. Projeção digital
Hoje todos os arquivos são filmados em alta resolução e
projetados digitalmente. Considerado um ícone no universo cinematográfico,
Avatar foi o primeiro filme que teve uma representação de alta qualidade com
tecnologia 3D. Uma verdadeira questão de peso, já que os estúdios impuseram a
digitalização, pois queriam substituir os rolos de película, que pesavam cerca
de 30 quilos, para reduzir os custos de distribuição. O filme digital hoje é
distribuído em leves fitas chamadas DLT. Cada uma armazena até quatro filmes de
duas horas de duração.
2. Conteúdo codificado
A tecnologia digital se consolidou e os fornecedores das
películas perderam espaço. O cinema teve então que buscar alternativas para
continuar gerando conteúdo seguro contra a pirataria. Isso porque, ao contrário
da película, cuja cópia envolve um processo complexo, um filme digital pode ser
copiado num simples apertar de botões. Assim, todo filme digital é codificado
para evitar a cópia ilegal. Após sair do servidor, ele passa por um
decodificador, antes de ser convertido em imagem no projetor.
3. Programação variada
Nem só de filmes vive o cinema. Além de exibir filmes, as
salas digitais também podem projetar qualquer mídia digital, desde um simples
DVD até programas ao vivo transmitidos por redes de TV que trabalham com
imagens de alta definição. Isso possibilita que as salas sejam usadas como
megatelões para grandes eventos esportivos, como por exemplo, a final da liga
dos Campeões da UEFA que é exibida há anos nos cinemas, ou apresentações
corporativas.
4. Som imersivo
Sabe a sensação de que no cinema o som está em toda parte?
Está mesmo. O áudio nos filmes digitais não é compactado e por isso tem melhor
qualidade. Na sala ele é distribuído por diversos alto-falantes: os próximos à
tela são usados para os diálogos, os laterais e os do fundo para sons ambientes
e o do meio – posicionado no teto e conhecido como woofer – serve para sons
mais graves, como por exemplo, o barulho de uma nave espacial decolando.
5. Projetores a laser
Parece complicado, mas é apenas matemática. Os equipamentos
a laser tem baixo custo de propriedade em relação aos que usam lâmpadas xênon,
funcionam por mais de 40 mil horas, e economizam cerca de 40% de energia
elétrica.
As inovações na indústria cinematográfica trazem economia,
então são muito bem-vindas. Ainda mais se trazem recursos que os cinéfilos
adoram! Para eles, produções filmadas com tecnologias 4K ganharão cada vez mais
espaços nas salas de cinema do mundo todo. É bom que as telonas estejam
preparadas, pois o futuro chegou!
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Ricardo Ferrari é diretor da Barco, líder mundial em cinema
digital
Texto e imagem reproduzidos do site: tecmundo.com.br/cinema

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