domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Cabine de Projeção e Seu Operador


A cabine de projeção é o “coração” da sala de cinema. É nela que ficam os projetores e seu operador, hoje mais conhecido como projecionista. Nos antigos cinemas, eles eram obrigados a trabalhar em um ambiente de intenso calor, pois além das salas não possuírem refrigeração, a luz das lanternas dos projetores eram de carvão, aumentando o calor da cabine de projeção. Nessa época um bom operador fazia a diferença na hora da exibição de um filme, pois os projetores exigiam muito da sua atenção. O operador tinha que ficar atento à projeção do filme, pois os imprevistos aconteciam com freqüência, como o quadro na tela que saia do lugar, motivado por emendas mal feitas, filme que se partia interrompendo a exibição, luminosidade que enfraquecia, escurecendo a imagem na tela, precisando regular os carvões. Quando da mudança de formato de filme, era preciso trocar a lente, caso do cinemascope. A hora de maior atenção do operador, era na mudança de partes, ou seja, na passagem de um projetor para o outro, quando a sincronização tinha que ser perfeita, para não cortar nenhuma cena nem justapor imagens na tela, além do ajuste de foco das lentes. Muitos operadores faziam essa transferência que os espectadores nem notavam. E por último revisar muito bem os filmes, quando estes chegavam de outras cidades, fazendo uma vistoria criteriosa em toda a película, procurando por perfurações estragadas, para cortar o pedaço e fazer a emenda. Hoje essas preocupações quase não existem, pois as películas além de virem diretamente da distribuidora, sendo sua primeira exibição, com cópias novas, as mesmas são mais resistentes. Já os projetores são totalmente automáticos, ajustando sozinho som e lentes. No caso da rede Cinemark até o formato das telas são ajustadas automaticamente passando de panorâmica para cinemascope. Quanto às mudanças de parte, isso acabou, pois hoje os modernos cinemas usam somente um projetor e todas as partes do filme são emendadas e reunidas em um só carretel gigante ou em pratos que giram. Como nos multiplex a cabine de projeção é única para todas as salas, querendo, se pode projetar com uma só cópia o mesmo filme em todas as salas do complexo. Hoje com o avanço tecnológico, cada vez o operador é menos exigido, deixando-o livre para operar os demais projetores. Com a chegada do cinema digital, nem película existirá mais.

Armando Maynard

2 comentários:

Unknown disse...

Também não poderia deixar de mencionar o fato de que muitas cabines não possuiam um bom sistema de exaustão dos gases venenosos emanados pela queima dos carvões, cujo destino final, geralmente era no interior dos pulmões dos operadores.
Abraços

Daniel Savio disse...

E com isto vai perdendo um pouco da mágica da tarefa de entreter com o cinema...

Fique com Deus, menino Armando Maynard.
Um abraço.